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O ciclo da água

A existência de água nos três estados físicos (sólido, líquido e gasoso) na superfície terrestre e a dinâmica da atmosfera permitem que este ciclo funcione de modo a não apenas redistribuir o calor do Sol em toda a superfície do planeta, mas também promover a parte essencial do conjunto de processos intemperismo/erosão/transporte/sedimen-tação. A água dos oceanos, rios e lagos evapora-se, indo para a atmosfera, de onde precipita na forma líquida ou sólida através da chuva ou neve. Assim, ela forma correntes de escoamento superficial ou água de infiltração no solo, alimentando a água subterrânea, ou ainda acumulando-se nas geleiras.

Complementando essa descrição, deve-se mencionar os seres vivos, que absorvem água em seus tecidos e a liberam novamente para o ambiente através da respiração e da transpiração. Em cada um dos trechos do ciclo da água ocorre um trabalho geológico. Quando a água precipita na forma de chuva, ela absorve parte do gás carbônico da atmosfera, que vai aumentar sua capacidade de promover reações químicas de intemperismo químico nas rochas. Quando a água infiltra-se nas descontinuidades dos solos e das rochas, carrega substâncias dissolvidas ou partículas muito finas e promove erosão interna do terreno. A água, quando escoa pela superfície, também carrega partículas de variados tamanhos - que depositam-se em zonas mais baixas.


O que é o ciclo das rochas?

É o conjunto de transformações de um tipo de rocha em outro, através dos processos dinâmicos terrestres, movidos pelos fluxos de calor e pela gravidade. É chamado ciclo, pois os materiais sofrem continuamente sua ação, como numa grande usina de reciclagem, transformando rochas ígneas, metamórficas e sedimentares em materiais móveis que, uma vez depositados, são compactados formando novas rochas sedimentares, que podem ser metamorfizadas ou fundidas gerando novos magmas que, ao se cristalizarem formam novas rochas ígneas, que por sua vez podem novamente sofrer ou intemperismo, erosão, transporte e sedimentação (aplainando os relevos altos e preenchendo os relevos baixos), ou metamorfismo, cujos produtos são de novo transformados em outros, continuamente.

Na parte interna do ciclo, as transformações ocorrem principalmente no estado sólido e, enquanto transformam rochas através de grandes pressões e temperaturas, modificam a paisagem da superfície da crosta, mudando continuamente a posição e conformação dos continentes e oceanos; é a Tectônica de Placas, teoria hoje amplamente aceita na comunidade científica, que relaciona os fenômenos dinâmicos internos terrestres com seus efeitos na superfície, como vulcões, terremotos, abertura e fechamento de oceanos, formação de cadeias de montanhas nos continentes e nos oceanos e mudança na posição relativa entre os continentes ao longo do tempo geológico.

No âmbito da Tectônica de Placas, são as rochas ígneas e as metamórficas que se formam. As rochas ígneas, pela fusão de rochas e posterior solidificação do magma assim gerado, tanto dentro da crosta (fenômenos plutônicos), como na superfície dos continentes ou fundos oceânicos (fenômenos vulcânicos). As rochas metamórficas são formadas pela ação de fortes pressões e temperaturas, causando deformação e recristalização de rochas pré-existentes, nos locais em que o movimento das placas promove o soerguimento de enormes massas rochosas, formando as cadeias continentais, ou em outros locais em que não há grandes movimentos, mas as condição de pressão, temperatura e existência de líqüidos quimicamente ativos promovem metamorfismo.

Na parte externa do ciclo, onde as rochas estão em contato com atmosfera, hidrosfera e biosfera, ocorre o intemperismo, transformando, através de fenômenos físicos de desagregação e fraturamento, e de fenômenos químicos de dissolução e oxidação, rochas duras e coesas em materiais desagregados, inconsolidados, que podem formar um solo. Estes materiais são móveis, ou seja, passíveis de serem erodicos, transportados e depositados em zonas mais baixas (veja maiores explicações sobre intemeprismo, erosão, transporte e sedimentação em outro item).

Criando grandes relevos (cadeias de montanhas e bacias oceânicas), a Tectônica de Placas cria condições para que a erosão seja acentuada, já que a tendência da gravidade é levar tudo para as zonas mais baixas, desde que os materiais estejam soltos e que haja agentes de transporte (rios, ondas, marés, vento, geleiras, principalmente). Se somente a parte interna do ciclo das rochas funcionasse, o relevo dos continentes seria muito mais acidentado, pois é a parte externa do ciclo que abaixa o relevo e redistribui os maeriais na superfície. Por outro lado, se somente a parte externa do ciclo funcionasse, teríamos hoje o relevo dos continentes completamente arrasado, plano. Assim, as duas partes do ciclo são antagônicas, uma criando relevos e rochas duras, e a outra criando materiais inconsolidados e aplainando o relevo, e sua ação simultânea permite a diversidade de paisagens que podemos observar.

No futuro, quando o calor interno da Terra enfraquecer (daqui a centenas de milhões de anos), a dinâmica interna avi diminuir de intensidade, até cessar. Isto já aconteceu em outros corpos do sistema solar, como a Lua, por exemplo. Num futuro ainda mais distante, quando o Sol atingir o estágio de gigante vermelha (daqui a alguns poucos bilhões de anos), esta região do sistema solar deve esquentar muito, evaporando a água e azendo com que a atmosfera terrestre seja perdida para a periferia do sistema solar (da mesma forma com que a atmosfera primitiva foi perdida no início da história do planeta) e impedindo o funcionamento normal do ciclo da água, cessando a dinâmica externa da Terra.