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Nas rochas, os minerais ocorrem em grãos solidamente unidos que só podem ser separados por meio de processos naturais que desagregam as rochas (intemperismo) ou por processos artificiais muito enérgicos (explosões e impactos de martelo ou marreta, por exemplo). As diferenças de tamanho, forma, cor e outras características entre os minerais, além do arranjo espacial entre os grãos, resultam em estruturas peculiares em cada tipo de rocha. Essas estruturas conferem certas qualidades às rochas, as quais podem ser aproveitadas como elementos de decoração na forma de rochas ornamentais, entre outros usos. Os granitos, por exemplo, são rochas amplamente utilizadas como revestimento e mostram grãos de quartzo, feldspato e mica escura (biotita), em geral de fácil reconhecimento.

Foto: granito com indicação dos minerais citados

Em solos e sedimentos, os minerais ocorrem em grãos soltos e podem ser muito pequenos, até mesmo microscópicos. Os solos são formados pelo intemperismo de rochas duras, quando os grãos minerais são desagregados, quebrados e dissolvidos pela água. Os elementos químicos dissolvidos pela água podem formar novos minerais, resultando em materiais que não são mais duros e resistentes como as rochas, e que possuem desde grãos herdados das rochas até grãos formados ali mesmo. Esses materiais, reorganizados por processos físicos e pela atividade orgânica, formam os solos. Se um material já atingido pelo intemperismo sofre erosão, ele será transportado e sedimentado em outro local mais baixo. Assim se originam os sedimentos que encontramos nos fundos e nas margens de lagos, rios e oceanos, principalmente, mas também em desertos e dunas, por exemplo.
Cada espécie mineral tem uma identidade própria que pode ser reconhecida através de alguns aspectos. Os principais, dentre aqueles observáveis a olho nu, são:

1. Forma
Conforme a composição química, a estrutura cristalina interna e o ambiente em que se formaram, os grãos minerais podem ter o aspecto de uma forma geométrica definida (prisma, fibra, agulha, placa, cubo, paralelepípedo, romboedro, tetraedro, octaedro, etc.). Os grãos também podem ter aspectos irregulares: alongados, achatados ou eqüidimensionais.


2. Dureza
Cada mineral tem uma dureza, a qual é expressa pela capacidade de riscar a superfície de outro mineral ou material artificial. O diamante é o material mais duro conhecido: ele risca todos os outros minerais e materiais. Na escala de dureza (escala de Möhs), o diamante tem dureza 10. A escala completa é a seguinte:
•  1: Talco
•  2: Gipsita, mica
•  3: Calcita
•  4: Fluorita
•  5: Apatita
•  6: Ortoclásio (feldspato), magnetita
•  7: Quartzo
•  8: Topásio
•  9: Coríndon
•  10: Diamante
Para auxiliar na determinação da dureza de um mineral, usam-se outros minerais já identificados e, portanto, com dureza conhecida, além de materiais de fácil acesso. O aço utilizado nas lâminas de aço de canivetes, por exemplo, tem dureza 5 a 5,5 e o do alfinete tem dureza 3,5. A unha tem dureza 2,5 e o vidro tem dureza x.
A dureza é uma propriedade importantíssima na definição da utilização dos recursos naturais, por exemplo. Para um piso sobre o qual circula grande número de pessoas (estabelecimentos comerciais, por exemplo), não é adequado usar mármore. Composto essencialmente por calcita, que tem dureza 3, o mármore perde em relação ao granito, constituído predominantemente por minerais bem mais duros: quartzo, de dureza 7, e feldspato, de dureza 6.


3. Cor
Alguns minerais têm uma cor característica, como o enxofre, que é amarelo. Mas a maioria deles pode apresentar cores variadas. Estas são definidas, além da própria composição química e estrutura cristalina, pela presença de inclusões, por defeitos na estrutura ou ainda por impurezas de elementos químicos estranhos à sua composição química normal. Dessa forma, a cor nem sempre é uma propriedade confiável na determinação de um mineral, mas pode ser um elemento a mais na sua identificação. A cor dos minerais tem especial valia no caso de pedras preciosas e semipreciosas, sendo um dos aspectos que definem seu valor comercial.
As cores comumente apresentadas pelos minerais de Cinco pedrinhas saem em aventura são:
•  Quartzo: incolor, branco, cinza, amarelo (citrino), rosa, roxo (ametista);
•  Feldspato: incolor, branco, cinza, bege, rosa, vermelho, verde, azul (excepcionalmente preto, no caso da anortita);
•  Calcita: incolor, branco, cinza, amarelo, vermelho, verde, marrom, azul;
•  Magnetita: preto;
•  Mica: preto ou verde muito escuro (biotita), incolor, branco, cinza (muscovita), lilás (lepidolita).


4. Brilho
O brilho separa dois grandes grupos de minerais: os metálicos, que refletem mais de 75% da luz que recebem, e os não metálicos. Dentre os não metálicos, pode-se ainda definir alguns tipos de brilho. Dessa forma, usam-se comumente as seguintes expressões para o brilho, entre outras menos comuns:
•  vítreo (semelhante ao vidro);
•  perláceo (semelhante à pérola);
•  graxo ou gorduroso (semelhante às substâncias gordurosas);
•  sedoso (como o brilho da seda);
• adamantino, quando o mineral apresenta reflexos particularmente fortes e brilhantes, como o diamante.


5. Clivagem
Se um mineral tiver essa propriedade, pode se quebrar em superfícies planas e lisas se sofrer impacto. Isso é reflexo de sua estrutura cristalina interna. Há minerais que apresentam apenas um plano de clivagem, como a mica, que se quebra sempre em planos paralelos a uma única direção no espaço. Outros minerais, como os minerais do grupo do feldspato, apresentam dois planos de clivagem. Outros ainda, como a calcita, apresentam três direções de clivagem perfeita, o que determina que, num cristal quebrado, cada fragmento terá a mesma forma romboédrica do cristal inicial. Muitas vezes, as superfícies dos cristais quebrados apresentam uma seqüência em degraus, refletindo a repetição do(s) plano(s) de clivagem(ns), como explicaram Cal e Feld na história.


6. Magnetismo
Alguns minerais podem ser atraídos por um campo magnético, como o de um ímã comum, ou o da própria Terra. Há apenas dois minerais que são atraídos pelo ímã comum de mão: a magnetita e a pirrotita. Dos dois, a magnetita é muito mais comum nas rochas e materiais de superfície como solos e sedimentos. Por isso o magnetismo é uma ótima propriedade distintiva da magnetita. Outros minerais apresentam propriedades magnéticas menos intensas, de grande interesse em estudos de laboratório para várias finalidades dentro da Geologia e da Geofísica.